Cristiano: A Saga Continua
Estou completamente de consciência tranquila para dizer o que quiser de Cristiano Ronaldo porque a minha opinião a respeito dele sempre foi a mesma. Não falo apenas agora, porque está em final de carreira. Tudo o que sempre achei dele, mesmo ainda durante o pouco tempo que passou pela equipa sénior do meu Sporting, está lá e ainda mais refinado. Vaidoso, egocêntrico, narcisista, egoísta…
É de longe o melhor jogador português de todos os tempos e seguramente um dos três melhores do mundo, mas como homem também é um valente parvalhão. Pés de ouro a tratar a bola, pés de barro, quanto a carácter.
Portugal enfia chapa 6 à Suíça no Campeonato do Mundo e enquanto todo o plantel e equipa técnica, merecidamente, festejam juntos no relvado, Cristiano Ronaldo raspa-se de fininho para os balneários.
Desde que saiu da Juventus, porque já nem vale a pena recuar mais, que não consigo entender como há quem consiga defender um tipo que se recusa a perceber que o tempo também passa por ele.
A “grande máquina” por detrás de CR7 não passa de uma grande falácia. O que ele tem é uma enorme entourage de yes-man que nele se pendura e que à custa dele vive. Se tivesse aconselhamento sério, jamais chegaria ao ponto em que está, jamais se humilharia como se tem humilhado e jamais sairia pela porta pequena como, pelo caminho que leva, quase seguramente irá sair. Mas para isso, CR7 teria de ser contrariado, chamado à razão e isso poderia acarretar perda de tacho, de mesada ou ainda outra coisa qualquer.
O Dudek é que tinha razão quando disse que “Cristiano Ronaldo é muito egocêntrico e prefere perder por 1-0 do que ganhar 5-0 sem marcar”.
Há quem considere que temos de estar gratos a Cristiano Ronaldo. Mas porque diabo tenho eu de estar grato a gladiadores dos tempos modernos, que fazem o que gostam e são pagos principescamente para o fazerem?
Como um cantor, uma banda, um actor, um piloto de Formula 1… posso gostar mais ou menos, ter mais ou menos saudades de o ver exercer a sua profissão, mas não lhes devo nada. São pagos para me entreter nos tempos livres. Apenas isso.
Tenho de estar grato mas é aos homens que me levam o lixo todos os dias, ao padeiro que me faz o pão, ao médico que me trata as maleitas e por aí fora.
Grato a um jogador da bola que ganha 2M por semana?
Tenham tino!
Sabem que mais?
Cá estamos a falar do pontapé na bola enquanto as urgências dos hospitais fecham por falta de médicos e doentes esperam 3 anos por uma cirurgia enquanto o nababo socialista, cada vez mais gordo e com maior pança, à conta de todos nós, vai até ao Qatar ver a bola, mas como vivemos em democracia e a maioria assim quis, é lidarem.
Se estiverem aflitos, montem-se num camelo e vão a Marrocos. Assim como assim, isto está quase igual a África.
Vejam lá isso.
foto: Reuters