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Pedro Nogueira Photography

Um blog para mostrar as minhas fotos e para escrever sobre tudo o que me vier à cabeça …assim haja tempo.

Equidade fiscal

26
Out12

 

Era uma vez dez amigos que se reuniam todos os dias numa cervejaria para beber e a factura era sempre de 100 euros.
Solidários, e aplicando a teoria da equidade fiscal, resolveram o seguinte:

- Os quatro amigos mais pobres não pagariam nada;
- O quinto pagaria 1 euro;
- O sexto pagaria 3;
- O sétimo pagaria 7;
- O oitavo pagaria 12;
- O nono pagaria 18;
- O décimo, o mais rico, pagaria 59 euros.
Satisfeitos, continuaram a juntar-se e a beber, até ao dia em que o dono da cervejaria, atendendo à fidelidade dos clientes, resolveu fazer-lhes um desconto de 20 euros, reduzindo assim a factura para 80 euros.
Como dividir os 20 euros por todos?
Decidiram então continuar com a teoria da equidade fiscal, dividindo os 20 euros igualmente pelos 6 que pagavam, cabendo 3,33 euros a cada um. Depressa verificaram que o quinto e sexto amigos ainda receberiam para beber.
Gerada alguma discussão, o dono da cervejaria propôs a seguinte modalidade que começou por ser aceite:
- Os cinco amigos mais pobres não pagariam nada;
- O sexto pagaria 2 euros, em vez de 3, poupança de 33%;
- O sétimo pagaria 5, em vez de 7, poupança de 28%;
- O oitavo pagaria 9, em vez de 12, poupança de 25%;
- O nono pagaria 15 euros, em vez de 18.
- O décimo, o mais rico, pagaria 49 euros, em vez de 59 euros, poupança de16%.
Cada um dos seis ficava melhor do que antes e continuaram a beber.
No entanto, à saída da cervejaria, começaram a comparar as poupanças.
-Eu apenas poupei 1 euro, disse o sexto amigo, enquanto tu, apontando para o décimo, poupaste 10!...
Não é justo que tenhas poupado 10 vezes mais...
- Eu apenas poupei 2 euros, disse o sétimo amigo, enquanto tu, apontando para o décimo, poupaste 10!... Não é justo que tenhas poupado 5 vezes mais!...
Os 9 em uníssono gritaram que praticamente nada pouparam com o desconto do dono da cervejaria.
"Deixámo-nos explorar pelo sistema e o sistema explora os pobres", disseram. Rodearam o amigo rico e maltrataram-no por os explorar.
No dia seguinte, o ex-amigo rico "emigrou" para outra cervejaria e não compareceu, deixando os nove amigos a beber a dose do costume mas quando chegou a altura do pagamento, verificaram que só tinham 31 euros, que não dava sequer para pagar metade da factura!...
Aí está o sistema de impostos e a equidade fiscal.
Os que pagam taxas mais elevadas fartam-se e vão começar a beber noutra cervejaria, noutro país, onde a atmosfera seja mais amigável!

David R. Kamerschen, Ph.D. - Professor de Economia, Universidade da Georgia

"Vão-se foder", escreve a Ângela Crespo

13
Set12

…e escreve-o com toda a propriedade.

Por esta altura já muita gente conhecerá o texto da Ângela mas eu não quis deixar de o partilhar também pois considero que bem merece ser lido.

Podem lê-lo na origem ou já aqui em baixo.

 

Vão-se foder.
Na adolescência usamos vernáculo porque é “fixe”. Depois deixamo-nos disso.
Aos 32 sinto-me novamente no direito de usar vernáculo, quando realmente me apetece e neste momento apetece-me dizer: Vão-se foder!
Trabalho há 11 anos. Sempre por conta de outrem. Comecei numa micro empresa portuguesa e mudei-me para um gigante multinacional.
Acreditei, desde sempre, que fruto do meu trabalho, esforço, dedicação e também, quando necessário, resistência à frustração alcançaria os meus objectivos. E, pasme-se, foi verdade. Aos 32 anos trabalho na minha área de formação, feliz com o que faço e com um ordenado superior à média do que será o das pessoas da minha idade.
Por isso explico já, o que vou escrever tem pouco (mas tem alguma coisa) a ver comigo. Vivo bem, não sou rica. Os meus subsídios de férias e Natal servem exactamente para isso: para ir de férias e para comprar prendas de Natal. Janto fora, passo fins-de-semana com amigos, dou-me a pequenos luxos aqui e ali. Mas faço as minhas contas, controlo o meu orçamento, não faço tudo o que quero e sempre fui educada a poupar.
Vivo, com a satisfação de poder aproveitar o lado bom da vida fruto do meu trabalho e de um ordenado que batalhei para ter.
Sou uma pessoa de muitas convicções, às vezes até caio nalgumas antagónicas que nem eu sei resolver muito bem. Convivo com simpatia por IDEIAS que vão da esquerda à direita. Posso “bater palmas” ao do CDS, como posso estar no dia seguinte a fazer uma vénia a comunistas num tema diferente, mas como sou pouco dado a extremismos sempre fui votando ao centro. Mas de IDEIAS senhores, estamos todos fartos. O que nós queríamos mesmo era ACÇÕES, e sobre as acções que tenho visto só tenho uma coisa a dizer: vão-se foder. Todos. De uma ponta à outra.
Desde que este pequeno, mas maravilho país se descobriu de corda na garganta com dívidas para a vida nunca me insurgi. Ouvi, informei-me aqui e ali. Percebi. Nunca fui a uma manifestação. Levaram-me metade do subsídio de Natal e eu não me queixei. Perante amigos e família mais indignados fiz o papel de corno conformado: “tem que ser”, “todos temos que ajudar”, “vamos levar este país para a frente”. Cheguei a considerar que certas greves eram uma verdadeira afronta a um país que precisava era de suor e esforço. Sim, eu era assim antes de 6ª feira. Agora, hoje, só tenho uma coisa para vos dizer: Vão-se foder.
Matam-nos a esperança.
Onde é que estão os cortes na despesa? Porque é que o 1º Ministro nunca perdeu 30 minutos da sua vida, antes de um jogo de futebol, para nos vir explicar como é que anda a cortar nas gorduras do estado? O que é que vai fazer sobre funcionários de certas empresas que recebem subsídios diários por aparecerem no trabalho (vulgo subsídios de assiduidade)?… É permitido rir nesta parte. Em quanto é que andou a cortar nos subsídios para fundações de carácter mais do que duvidoso, especialmente com a crise que atravessa o país? Quando é que param de mamar grandes empresas à conta de PPP’s que até ao mais distraído do cidadão não passam despercebidas? Quando é que acaba com regalias insultuosas para uma cambada de deputados, eleitos pelo povo crédulo, que vão sentar os seus reais rabos (quando lá aparecem) para vomitar demagogias em que já ninguém acredita?

Perdoem-me a chantagem emocional senhores ministros, assessores, secretários e demais personagem eleitos ou boys desta vida, mas os pneus dos vossos BMW’s davam para alimentar as crianças do nosso país (que ainda não é em África) que chegam hoje em dia à escola sem um pedaço de pão de bucho. Por isso, se o tempo é de crise, comecem a andar de opel corsa, porque eu que trabalho há 11 anos e acho que crédito é coisa de ricos, ainda não passei dessa fasquia.

E para terminar, um “par” de considerações sobre o vosso anúncio de 6ª feira.

Estou na dúvida se o fizeram por real lata ou por um desconhecimento profundo do país que governam.

Aumenta-me em mais de 60% a minha contribuição para a segurança social, não é? No meu caso isso equivale a subsídio e meio e não “a um subsídio”. Esse dinheiro vai para onde que ninguém me explicou? Para a puta de uma reforma que eu nunca vou receber? Ou para pagar o salário dos administradores da CGD?

Baixam a TSU das empresas. Clap, clap, clap… Uma vénia!

Vocês, que sentam o já acima mencionado real rabo nesses gabinetes, sabem o que se passa no neste país? Mas acham que as empresas estão a crescer e desesperadas por dinheiro para criar postos de trabalho? A sério? Vão-se foder.

As pequenas empresas vão poder respirar com essa medida. E não despedir mais um ou dois.

As grandes, as dos milhões? Essas vão agarrar no relatório e contas pôr lá um proveito inesperado e distribuir mais dividendos aos accionistas. Ou no vosso mundo as empresas privadas são a Santa Casa da Misericórdia e vão já já a correr criar postos de trabalho só porque o Estado considera a actual taxa de desemprego um flagelo? Que o é.

A sério… Em que país vivem? Vão-se foder.
Mas querem o benefício da dúvida? Eu dou-vos:

1º Provem-me que os meus 7% vão para a minha reforma. Se quiserem até o guardo eu no meu PPR.

2º Criem quotas para novos postos de trabalho que as empresas vão criar com esta medida. E olhem, até vos dou esta ideia de graça: as empresas que não cumprirem tem que devolver os mais de 5% que vai poupar. Vai ser um belo negócio para o Estado… Digo-vos eu que estou no mundo real de onde vocês parecem, infelizmente, tão longe.

Termino dizendo que me sinto pela primeira vez profundamente triste. Por isso vos digo que até a mim, resistente, realista, lutadora, compreensiva… Até a mim me mataram a esperança.

Talvez me vá embora. Talvez pondere com imensa pena e uma enorme dor no coração deixar para trás o país onde tanto gosto de viver, o trabalho que tanto gosto de fazer, a família que amo, os amigos que me acompanham, onde pensava brevemente ter filhos, mas olhem… Contas feitas, aqui neste t2 onde vivemos, levaram-nos o dinheiro de um infantário.

Talvez vá. E levo comigo os meus impostos e uma pena imensa por quem tem que cá ficar.

Por isso, do alto dos meus 32 anos digo: Vão-se foder.

Quem tem tacho, taxa

28
Abr12

O governo português descobriu maneira de, indirecta e cobardemente, voltar a meter a mão nos bolsos dos portugueses, podendo vir a arrecadar com isso qualquer coisa como 12 a 13 milhões de euros.
Com uma taxa de desemprego na casa dos 15%, - a segunda maior em países da OCDE - de que se lembraram agora o ex-colador de cartazes da JSD e a mandatária para assuntos da EDP no governo?
Simples. De uma Taxa de Segurança Alimentar.
Embora a taxa seja aplicada a estabelecimentos de comércio alimentar – irá afectar cerca de 1.800 – quem irá no final pagar a factura?
Inevitavelmente o mesmo de sempre. O consumidor.
Como já se sabe, os comerciantes irão alegar a impossibilidade de, em termos comerciais, conseguirem absorver essa taxa. Coitados, têm toda a razão. Com margens de lucro tão baixas, isso só estará ao alcance daqueles "magnatas" do ordenado mínimo.
Mais do que inoportuna e socialmente injusta, esta taxa é mais uma prova da insensibilidade de quem nos (des)governa.
Não tendo de me justificar perante ninguém, devo referir que não sou, nem de perto nem de longe, de esquerda, mas esta escumalha emergente de novos-ricos que cada vez mais prolifera em lugares com poder de decisão, sejam eles de teor político, desportivo ou outro, cada vez me mete mais nojo. Tenham eles obtido uma licenciatura ao Domingo ou não.
Esta escumalha que veio de baixo vinga-se no povo, como o polícia bêbado que até apanha da mulher e que depois se vinga no preto que à noite apanha ao virar da esquina.
Olha-se para os governos e, maioritariamente, o que se vê é malta que à custa do cartão do partido, lá vai subindo na vida sem nunca ter trabalhado. Olha-se para o futebol, e lá estão nas direcções os corruptos e corruptores do costume, olha-se para as claques e lá estão os traficantes de droga e cadastrados a chefiar. Todos eles com algo em comum, a confiança em alguma inoperância e falta de celeridade na justiça.

Enquanto assim for, esta gente, tudo faz, tudo pode.

Uma desgraça nunca vem só

05
Out11

Nesta ensolarada quarta-feira em que se comemoram os 101 anos da implantação da República, saltaram-me à vista três notícias. A primeira, chega-nos da Dinamarca. Depois da Hungria já o ter feito, é agora a vez do governo de Copenhaga aderir ao imposto sobre a gordura. Todos os alimentos que tenham mais de 2,3% de gordura saturada por quilo terão, a partir de Outubro, de pagar uma taxa adicional de 16 coroas (2,15 euros).

A Confederação das Indústrias da Dinamarca refere que "é um pesadelo administrativo, e duvidamos que tenha reflexos na saúde. É só mais uma taxa". Apesar disso, segundo consta, a Áustria e Suíça também deverão seguir os mesmos passos nos próximos meses. Depois a notícia que refere o facto de, para além do corte no subsídio de Natal, vai haver também imposto extra sobre as gorjetas, o dinheiro ganho com a venda de casas durante este ano e as mais-valias que provenham da alienação de partes sociais de empresas e ainda indemnizações pagas por despedimento, na parte que excede o limite legal. Por último, a notícia a respeito de uma impressora que mantém o utilizador actualizado sobre os os últimos posts no Twitter e que tem a particularidade sui generis de imprimir em papel higiénico.

Em suma, tudo notícias de merda.

Imposto sobre a gordura

Imposto Extra

Impressora de papel higiénico

Se quiserem desanuviar vejam aqui as fotos do terceiro casamento da "bela" duquesa de Alba.