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Pedro Nogueira Photography

Um blog para mostrar as minhas fotos e para escrever sobre tudo o que me vier à cabeça …assim haja tempo.

Mundo ao contrário

08
Fev24

Este planeta anda mesmo todo trocado dos carretos.
Tenho, entre muitas outras, estas duas imagens à venda há tantos anos em bancos de imagens que até já me tinha esquecido delas. Desde 2009, salvo erro. Hoje recebi dois e-mails do Dreamstime que só me deram vontade de rir. Nem me vou chatear com o assunto.
A mensagem é a seguinte:

Dear Pedro Nogueira,
We are sorry to inform you that due to changes in Internet regulations, we can no longer keep online certain types of images that can be considered inappropriate or that can be open to interpretation.
Unfortunately, your image fits one of these categories and had to be removed. As this is a time sensitive matter, the thumbnail has also been removed and is no longer available.
Thank you for your understanding.

Agora em mandarim:

Caro Pedro Nogueira,
Lamentamos informar que devido a alterações nas regulamentações da Internet, não podemos continuar a manter online certos tipos de imagens que podem ser consideradas inadequadas ou que podem ser passíveis de interpretação. Infelizmente a sua imagem enquadra-se numa dessas categorias e teve que ser removida. Como se trata de um assunto urgente, o thumbnail também foi removido e já não se encontra disponível.
Obrigado pela sua compreensão.

Não me venham com a conversa de que é por se parecer com uma Volkswagen Camper Van porque há lá muitas, inclusivamente com o emblema da marca, assim como Volkswagen Beetle às resmas.
“can be considered inappropriate”?
“can be open to interpretation”?
Expliquem como se eu fosse muito burro.

 

Van01 650px.jpg

Van02 650px.jpg

Inteligência Artificial

09
Fev23

Nota prévia:
Não me imagino a escrever este texto numa Olivetti Lettera 32, com duas vias e papel químico para enviar uma cópia pelo correio para uns senhores mandarem para a tipografia e imprimir daqui a um mês no Jornal SAPO e onde as as pessoas iriam mascarrar as mãos todas para ler estas patetices.

A respeito do ChatGPT e outros quejandos, nos dias que correm, o grande papão é a Inteligência Artificial.
Quase todo o ser humano tem esta ‘mania’ de desconfiar de tudo o que é novo e diferente, mas faz-me confusão porque gosto imenso de ver surgir coisas novas, gosto da evolução e dia em que não aprenda alguma coisa nova, para mim não é dia. É sinal de estar vivo. O mundo está em permanente mudança, sempre assim foi e sempre assim será. Primeiro estranha-se e depois entranha-se. Quanto ao progresso, metam nas vossas cabeças, esse ninguém o pára.

Ainda de me recordo de gente que se reformou mais cedo quando começaram a entrar os computadores nas empresas e eles só sabiam escrever à máquina e mal. Lembro-me dos fotógrafos ‘velhos do Restelo’ que odiavam a fotografia digital e o Photoshop. O que era bom era trabalhar com a cabeça enfiada em tinas cheias de produtos químicos, enfiados na câmara-escura. Qual Auto-CAD ou Illustrator, qual quê. Bom mesmo é o estirador, as canetas Rotring e o pantógrafo.
Passei por isso tudo, sobrevivi e prefiro, de longe, as ferramentas modernas.
Imagino que à data do surgimento do comboio eléctrico também houvesse quem fosse contra.
Os desgraçados que metiam carvão nas fornalhas das locomotivas a vapor iam fazer o quê?
…e agora ficava aqui o resto do dia a dar exemplos semelhantes, mas não tenho tempo e vocês também não.

A única coisa que me deixa triste, para não dizer revoltado é o facto de facilmente se poder constatar que com tanta informação ao dispor e de tão fácil acesso, as pessoas são cada vez mais ignorantes.
Sou confrontado diariamente com dezenas de exemplos. Deixo aqui dois com que me farto de esbarrar. Daqueles mesmo muito básicos e que me faz ter vontade de cortar os pulsos com uma colher de plástico. Temos todo o conhecimento do mundo nas mãos, mas há sempre um energúmeno que aparece nas redes sociais a perguntar quando é que muda a hora ou um outro que não perde 15 segundos a fazer um backup do telemóvel e quando este avaria, aparece em pânico a pedir que lhe mandem os números de telemóvel porque perdeu todo e não consegue contactar ninguém. Já as tricas a respeito dos pés-descalços que aparecem na televisão armados em vedetas, isso, ui, sabem tudo.
Bolas! Parece que quanto maior e mais rápido é o progresso, mais burras e calonas as pessoas ficam.

E já agora, sem têm assim tanto medo do progresso, a próxima vez que tiverem de arrancar um dente, façam-no sem essa modernice da anestesia.

Por agora é tudo. Vou ali à mercearia antes que escureça, ver se pergunto as horas a alguém para acertar e dar corda ao relógio.
Até ao meu regresso.