O tempo não dá para tudo e só agora resolvi escrever sobre este tema.
Segunda-feira, lá fui ao Campo Pequeno visitar o "LEGO Fun Event".
Variedade havia alguma, mas considero que o evento estava muito pobre para o maravilhoso e vastíssimo universo LEGO.
Modelos engraçados também havia mas nada de deslumbrante, nada de nos deixar de boca aberta.
A maior parte do LEGO exposto dizia respeito a modelos "out of the box".
Das duas uma, ou não foi dado o devido espaço aos criadores para mostrar as suas MOCs (My Own Creation) ou então há muito poucos em Portugal.
Excepção feita ao holandês Alex de Jong que, entre outras MOCs, tinha uma engraçada Miss Piggy montada numa Harley e eu que sempre detestei a Miss Piggy posso dizer que estava excelente.
A sensação com que fiquei foi que arranjaram meia dúzia de coleccionadores a quem pediram que juntassem meia dúzia de construções trazidas de casa, o que também tem o seu interesse mas que, quanto a mim, não chega.
Até vi uma construção, também ela "out of the box", referenciada com o nome de quem a construiu, parecendo dar a entender que de um original se tratava.
As MOCs eram poucas e sem grande piléria, salvo honrosas excepções, com o destaque, quanto a mim a ir todo para a reprodução da "Janela do Capítulo" (27 mil peças) do Convento de Cristo, em Tomar.
Muito interessante também, estava uma réplica da Câmara Municipal de Lisboa e um engraçadíssimo desfile da festa dos tabuleiros de Tomar.
Havia também uma torre de Belém de tamanho bastante razoável mas já vi uma outra com muito mais requintes de "malvadez" do que a que se encontrava ali exposta.
Apesar de dar valor às esculturas do T-Rex, do tigre, do urso ou do camelo, espectacularmente bem feitas, que lá se encontravam e onde as criancinhas se empoleiravam para alguém ganhar dinheiro a vender a respectiva foto, já são a uma escala que nada me diz. Prefiro as construções "micro scale".
O negócio, como já perceberam, também estava presente e muitas bancas também tinham LEGO para vender.
Quem vendia, fazia-o quase sempre a preços superiores ao site oficial e em muitos dos casos para peças usadas e bem encardidas.
Alguns tupperware e saquinhos de plástico cheios de peças usadas e sujas a 0,50/cada quando as mesmas peças no "Pick A Brick" do site da LEGO custam 0,22/cada, só para citar um exemplo.
Workshops para criancinhas, dados por um holandês (Alex de Jong) a falar em inglês.
Chegávamo-nos a muitas das bancas para perguntar alguma coisa e a resposta era "In english, please." quando vinha o "please", porque às vezes nem isso.
Para a maioria das crianças e também para muitos dos pais, como pude testemunhar, o diálogo tornava-se complicado.
Uma banca a vender t-shirts com pelo menos um dos motivos (Keep Calm and Build On) da autoria do canadiano Chris McVeigh que já me confirmou que não sabia de nada.
Era estranho, já que o autor tem as t-shirts à venda online por USD28,00 e estavam a ser vendidas ali, ainda por cima estampadas a quente à medida das encomendas, por EUR8,00 e a este respeito mais não digo.
Como diria o senhor de la Palice (ou la palisse, como alguns escrevem), podia ter sido pior mas também podia ter sido melhor.
É o que há no nosso burgo. Basta dar uma passagem pelo Brickd e descobrem-se MOCs com um nível suficiente para mandar tudo o que lá estava para a reciclagem. É um bom ponto de partida para conhecer alguns "cromos" talentosos e depois ir espreitar as suas galerias ao Flickr a partir do link que está por baixo das fotos.
Uma pequena nota final. Pedia aos pseudo-entendidos que se deixassem de frases como "Brincar com os LEGOS"; "Sempre gostei de ver os LEGOS"; "Ai tantos LEGOS" e outras tantas do género.
Não existem "LEGOS"!
Compra-se LEGO, brinca-se com LEGO, colecciona-se LEGO.
Podem ter milhares de peças que será sempre, milhares de peças de LEGO ou apenas milhares de LEGO.
Pode ser?
Obrigado! :)
Já agora, não se esqueçam, may the 4th be with you!