A União Europeia, entre muitos outros exemplos, é como as companhias de seguros, empresas de alarmes e alguns "amigos", Só aparecem nas boas alturas e quando não fazem falta. Quem ainda não tinha percebido isso, é porque só aterrou a nave ontem. Nunca houve nem nunca haverá coesão em momentos críticos. Nem na União Europeia, nem em lado nenhum.
Está toda a gente a bater palminhas ao Costa, por este ter considerado “repugnante”, a declaração do ministro das Finanças holandês, Wopke Hoekstra, ao pedir que “Espanha seja investigada por não ter capacidade orçamental para fazer face à pandemia”.
Já em 2017, Jeroen Dijsselbloem, outro ministro das Finanças, também holandês, afirmou que “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”.
Vamos por partes.
A situação que se vive a um nível verdadeiramente global, é terrível e única para muitas gerações. Nestas alturas, exige-se, para o bem comum, solidariedade e que todos remem para o mesmo lado. Ninguém está a salvo e ainda não há antídoto para este inimigo invisível. Sobre isto, não há necessidade de grandes explicações porque, melhor ou pior, de forma mais séria ou mais leviana, já todos perceberam a situação que o mundo está a atravessar. No entanto, o mundo não é a preto e branco. Tem muitos tons de cinzento. A solidariedade é como o fair play, na boca de Jorge Jesus. É uma treta. La Fontaine explica isso da solidariedade, bem explicado, na fábula da Cigarra e da Formiga.
Todos os dias, morrem pelo mundo, mais de oito mil crianças com fome. Fome, essa que atinge mais de 820 milhões de pessoas em todo o planeta e já há antídoto para isso. Chama-se "comida", mas no entanto ninguém quer saber porque é "lá longe", mas agora, aqui del rei, que está aí um vírus à nossa porta e até é capaz de matar.
Posto isto, pergunto eu.
Hoekstra, ontem e Dijsselbloem em 2017, disseram alguma mentira?
Não me parece.
Não terá Costa, medo que também Portugal possa ser investigado?
Costa é como aquele marmanjo que na escola anda sempre a reboque dos apontamentos dos outros e quando lhe batem com a porta, vira chibo.
Então, mas não havia excedente orçamental, segundo o Centeno?
Será que a Holanda disse que não ajudava, ou disse que ajudava, emprestando e não oferecendo?
O que nos diz a história, relativamente a Portugal e a dinheiros europeus?
Vinha dinheiro para tractores, compravam-se jeeps e motos. Vinha dinheiro para ajudar empresas, abria-se uma papelaria para a Maria, para disfarçar e de seguida, construía-se uma moradia e comprava-se uma moto de água.
Vinha dinheiro destinado a estufas para agricultura, compravam-se uns plásticos que ficavam a apodrecer a um canto e ia-se buscar um Porsche.
As auto-estradas e outras obras públicas, sempre com orçamentos a derrapar e sempre com o conluio de quem estava no poder, ou não fossem os principais interessados, já que tinham interesses nas empresas a quem adjudicavam as obras - tudo de forma séria, é claro -
Tudo feito com materiais de segunda categoria e muitas vezes substituídos por outros ainda mais inapropriados. Os Ferraris, as quintas, as moradias, os cavalos, as férias de luxo em destinos exóticos. Isso sim, sempre esteve em alta, pago por todos nós, cidadãos da União Europeia.
Ficava aqui o dia todo a dar exemplos. Deixei apenas alguns, avulso, à medida que me foram ocorrendo.
Não teria necessidade de o afirmar, mas devo dizer que não sou de esquerda, nem lá perto. Pelo contrário. Acontece é que não gosto de compadrios, de maçons, de corruptos e parasitas com cartão de partido, ladrões de casaca, fura-vidas boçais que num país civilizado, estariam todos na cadeia.
O que temos agora?
Mais uns exemplos avulso.
Parque escolar envelhecido onde os putos passam frio nas aulas, onde em algumas, chove lá dentro, internet e computadores do tempo da guerra, telhados com amianto e professores envelhecidos, outros nem tanto mas quase todos em burnout, graças a uma geração à qual ninguém sabe, nem educar, nem instruir. Gente impreparada, como convém à camarilha que nos governa. Basta olhar para as últimas sondagens para perceber que o português é posto de calças na mão, rabo para o ar, gosta e ainda agradece.
Centros de saúde fechados ou sem médicos.
Hospitais… bom, vou ter de explicar?
Não me parece que seja necessário. Três meses a ver, não a banda, mas o vírus a passar. Em negação e de braços cruzados.
Onde e quando se investiu, com seriedade, contenção de custos, sem meter ao bolso e a pensar no povo?
Em todo o espectro político. Tudo gasto em putas e vinho verde, distribuído pelos amigos do costume.
O que Hoekstra quis dizer, foi precisamente, que não está para pagar essas putas e vinho verde.