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Pedro Nogueira Photography

Um blog para mostrar as minhas fotos e para escrever sobre tudo o que me vier à cabeça …assim haja tempo.

Às vezes o amor

03
Mar17

Nunca nutri qualquer tipo de respeito por dois tipos de pessoas. As mentirosas e as cobardes.

Quando estas duas particularidades estão presentes na mesma pessoa, temos aquilo a que chamo, para ser simpático, gente muito fraquinha.

Começando pelas pessoas mentirosas:

Tenho a dizer que quem mente uma vez, mente as vezes que forem necessárias. Não acredito em mentirinhas piedosas. Ou se fala verdade ou se mente com todos os dentes. Não há meio-termo. Ou somos sérios ou aldrabões.

Ninguém mente sozinho. Nenhuma patranha é inócua. Quando alguém mente, está deliberadamente a prejudicar terceiros, a urdir algo com o intuito de iludir e com isso obter proveito próprio. A agir com segundas intenções e com o objectivo de sair como único beneficiado seja de que situação for e em caso extremo, a brincar com os sentimentos e a vida de alguém.

Não são poucas as vezes que alguém mente por falta de coragem, o que me leva ao segundo tipo de pessoas pela qual também não nutro qualquer respeito.

As pessoas cobardes:

Existem dois tipos de cobardes. Aqueles que nem a sua cor favorita são capazes de referir com medo de arranjar inimizades. Seres repugnantes que nunca conseguem formar uma personalidade, tal é o medo de não se encaixar na sociedade ou perderem-se do rebanho do qual têm pavor de se estremalhar. Não são sequer dignos de serem considerados gente. São meros cata-ventos. Reles lesmas. Com esses, nem perco tempo.

Depois, existe outro tipo de cobarde. Aquele que apesar de ter algum valor como pessoa mas que por não se encontrar numa situação ideal ou tendo mesmo já ultrapassado o limiar do desconforto, quer físico, quer psicológico - a vida tem destas coisas - é no entanto incapaz de sair da sua zona de (des)conforto. De transpor uma espécie de cortina de fumo, avançar para o desconhecido em busca da sua própria felicidade. Fazer por merecer a dádiva da vida ou, como escreveu Fernando Pessoa "Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver." ou "Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos."

Quanto mais não vale tomar uma má decisão do que não tomar decisão nenhuma?

Este é o tipo de cobarde que é um procrastinador nato. Em lugar de arranjar uma forma de fazer, inventa sempre uma desculpa para manter tudo na mesma, muitas vezes ou quase sempre escudando-se nos outros para esconder as suas próprias fraquezas.

Este é o tipo de cobarde que para além de encontrar desculpa para tudo ainda põe sempre a culpa nos outros sem no entanto mexer um dedo para alterar o rumo dos acontecimentos.

Este é o tipo de cobarde que tenta puxar os que estão à sua volta para a pasmaceira em que vive em lugar de aceitar ajuda de quem tem a coragem de lutar para vencer a inércia, entrar no desconhecido e procurar a felicidade, custe o que custar.

Para mim, não estando bem seja em que situação for, mais do que uma simples necessidade, é fundamental para a minha sanidade mental, sair da minha zona de conforto, partir rumo ao desconhecido, sentir as borboletas no estômago, sentir que estou vivo, arriscar, dar o tal passo que pode fazer toda a diferença na descoberta de uma nova felicidade e de uma nova vida.

Algo que me atormentaria até à morte, seria não descobrir o que está do outro lado do espelho cada vez que sinto que algo tem necessariamente de mudar.

Não consigo limitar-me a existir, escudado em calculismos bacocos e cobardes.

Não consigo compreender quem tenha medo de viver em toda a sua plenitude algo tão efémero como a sua própria vida.

Talvez não seja cobardia. Talvez seja egoísmo, o "eu" em detrimento do "nós". Talvez seja cinismo, falta de franqueza. Talvez seja só saber viver de pé atrás. Talvez seja outra coisa ainda. Quando há demasiado servilismo para quem já nos fez mal, talvez também possa ser um desejo recalcado de regressar ao passado.

Às vezes o amor prega-nos partidas mas que graça teria a vida sem as tais borboletas no estômago?

Sem pestanejar, troquei 30 anos de vida por, até agora, 8 meses de um novo amor. Nunca pensei apenas em mim, só no "nós", talvez até mais no "em ti" e então, qual o problema?

Souberam bem, foi mais uma experiência fantástica no fantástico que a vida tem para dar quando é vivida em toda a sua plenitude. Algo que um cobarde nunca poderá vivenciar.

De mentiroso e cobarde nunca ninguém me há-de acusar.

Nunca me arrependi de nada na vida, porque diabo me iria arrepender agora?

Aquilo que se vive, fica connosco para sempre. As recordações, essas, ninguém me as tira.

Acontece que está na hora de acabar com meias palavras e jogos de cintura.

Agora, apenas os actos me poderão convencer.

Cá ficarei à espera de novidades ou apenas da notícia que a cobardia imperou e que o meu amor fugiu.

Amor calculista não é amor.

…é outra coisa qualquer e com a qual eu não sei lidar.

 

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O que fariam no lugar do idiota?

17
Fev17

"Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens", Pitágoras

 

Posso assegurar que em cerca de 200 dias, a situação que vou descrever, repete-se a um ritmo praticamente diário, tendo ocorrido, seguramente, mais de 150 vezes.

 

Uma mãe divorciada, diz ao filho de 10 anos que está em casa entretido ao computador, na companhia da avó, que vai tomar café com o namorado e que não se demora mais do que uma hora, mais coisa menos coisa.

Invariavelmente, passados não mais do que 15 ou 20 minutos, por vezes menos, nem dando sequer tempo para chegar ao destino e outro par de vezes ainda, ao acabar de sair a porta, nem dando tempo para pôr o carro a trabalhar, toca o telemóvel:

 

- Mãe, anda para casa. A avó mandou-me baixar o som à televisão.

- Mãe, anda para casa. Está uma formiga em cima da bancada da cozinha.

- Mãe, anda para casa. Quero Corn Flakes. (5 minutos depois de jantar)

- Mãe, anda para casa. A avó adormeceu no sofá.

- Mãe, anda para casa. A cadela está a ladrar no quintal.

- Mãe, anda para casa. Preciso que me ajudes a procurar uma pen drive.

- Mãe, anda para casa. O gato está a coçar-se muito.

- Mãe, anda para casa. Fiquei sem internet.

- Mãe, anda para casa... and so on, and so on...

- todos estes exemplos são verídicos -

 

Seria fastidioso mencionar aqui, mais de centena e meia de motivos semelhantes - muitos repetidos e gastos - que em caso algum se provou haver uma real emergência, tendo mesmo chegado a acontecer mais do que uma vez, a mãe chegar a casa e o filho estar na cama a fingir que dormia.

No entanto, não pode passar em claro a resposta da mãe de todas as vezes, and I mean, todas as vezes, que esta situação ocorreu:

 

- Sim filho, a mãe vai já… - e voltando-se para o namorado -  …temos de ir, o menino está assustado.

 - Sorry!? O menino está o quê!?

 

Quem é o filho que desobedece à mãe diariamente durante sete meses consecutivos, sempre em relação ao mesmo assunto sem ela ser, das duas, uma, ou conivente ou uma total inapta para o educar?

Isto já não se trata de um caso de falta de pulso.

É a total ausência de valores e de imposição de regras por parte de quem tem a responsabilidade de educar, fruto de uma cegueira auto infligida para compensar falhas ainda mais graves.

Esta e outras situações roçam os limites da acefalia por parte de quem devia ter firmeza. E firmeza logo à segunda vez, quanto mais à enésima.

É sabido que a indisciplina anda de braço dado com o insucesso e é muito triste quando não se quer perceber isto e os sintomas - já com provas dadas - começam a manifestar-se. Quer em casa, quer fora dela.

Como vai esta criança lidar com a autoridade, pela sua vida fora?

 

- Aaaaaah. Já falei com ele. Pensava que isto já estava resolvido!

(frase ouvida por mais de 100 vezes).

De referir que a mãe já explicou calmamente à criança que como ainda não vive com o namorado, tem assim menos tempo para estar com ele e gostava de pelo menos ter uma horinha por dia para estarem a sós.
Obviamente, não resultou.

- O namorado não vai lá casa porque ela prefere a presença da víbora negra (mãe) que já a ajudou a acabar com um casamento -


O que fariam no lugar do idiota do namorado que ama esta desgraçada mas ao qual ela teima em dar razão mas não dar ouvidos?

Love knows no bounds

23
Set16

Era uma vez um cacto que se apaixonou por um balão.

Um do género masculino, outro do género feminino. É sempre bom sublinhar isso :)

Embora nesta história, pouco importa quem é quem em matéria de géneros.

Um amor impossível surgia, já que ao mais pequeno toque do cacto no frágil balão faria com que este desaparecesse para sempre.

Os dois conversavam e expressavam o quanto um amava o outro mas como não podia haver um abraço ou um beijo, aquele romance teve um fim.

O cacto desapareceu e o balão ficou desolado.

Algum tempo depois, um belo cacto, liso como o vidro bateu à porta do balão:

Balão: Olá, em que posso ajudá-lo?

Cacto: Não me estás a reconhecer?

Balão: És tu meu amor?

Cacto: Sim, sou eu.

 

O abraço foi instantâneo, ambos se amavam mais do que tudo.

 

Balão: Mas, meu amor, o que aconteceu com os teus espinhos?

Cacto: Dei-me ao trabalho de arrancar um por um.

Balão: E não doeu meu amor?

Cacto: Doeu, e muito, mas doeria muito mais ficar sem poder te tocar.

 

Moral da história: Se há amor, nada é impossível, porém é necessário que haja sacrifício.

 

Ao que eu acrescento: E não se tomarem decisões de forma unilateral e apresentá-las como facto consumado quando se trata de um assunto que influenciaria de forma permanente a vida em comum quer do cacto, quer do balão.

 

Só em conjunto, o cacto e o balão poderão escolher o melhor final porque a felicidade só é real quando é partilhada.