Ainda o "naming right" do Estádio José de Alvalade
Se há um ponto em relação ao qual discordo de Bruno de Carvalho é precisamente o da venda do “Naming Right” do “Estádio José de Alvalade”.
Aqui fica a minha opinião. O Sporting já foi detentor de um enorme património que ao longo dos tempos foi alienando sem nunca daí ter tirado grandes proveitos. Apenas resolveu problemas no imediato, ficou sem o património e o dinheiro rapidamente desapareceu. A prova cabal disso é que o Clube já pouco ou nada tem para vender e cada vez deve mais dinheiro. O Sporting neste momento já não está a vender os anéis, já está a vender os dedos. O Sporting negociou (mal) direitos de transmissões televisivas até 2018, o dinheiro já veio e já desapareceu. Ao retirar o nome do seu fundador do seu principal recinto desportivo o mesmo iria acontecer. Iríamos mais uma vez perder o pouco que resta da nossa identidade por um prazo mínimo de 10 anos, mas sempre renovável ou vendido de novo a outros (o termo “transitório” referido por alguns é uma mera falácia) para, tão certo como eu estar a escrever isto, o dinheiro desaparecer num par de meses ou se recebido por tranches, ser por certo mal aplicado ou não estivessem lá os mesmos que ajudaram a conduzir o Clube ao seu estado actual.
Até podiam ser 50 milhões/ano mas são "apenas" 3 a 5 milhões/ano. Para a próxima época já não dará nem para comprar um jogador de jeito a um clube de meio da tabela.
Valeria a pena?
Com ou sem “José de Alvalade” atrás e independentemente da quantia em jogo votarei sempre contra e ficarei muito triste se algum dia o nosso Estádio perder o nome do Fundador do Clube.
Deixo aqui uma pergunta que gostaria de ter feito na AG mas devido a algum nervosismo ficou por fazer.
Tinha intenção de pedir directamente ao Presidente Godinho Lopes que viesse ao palco para responder.
Responda-me quem souber.
A seguir à venda do “naming right” do estádio vendemos o quê?
Deixo aqui uma sugestão/provocação.
Que tal esquecermos a memória de Francisco Stromp?
Afinal de contas foi “só” o nosso primeiro capitão.
Podem alegar que era sifilítico e que se suicidou e depois vender o nº 3 que lhe pertence perpetuamente a uma qualquer empresa de electrodomésticos que o queira adquirir.
Informação adicional sobre Francisco Stromp:
“A 1 Julho 1930, com trinta e oito anos, faleceu por vontade própria, na agonia da sua doença, escolhendo o dia em que o Sporting festejava o seu 24º aniversário. Levantou-se cedo, mas em vez de ir para o Banco Ultramarino, como sempre ia, tomou o caminho da Estação de Comboios de Sete-Rios, quando se apercebeu do comboio, despiu o casaco e correu para ele de braços abertos, assim se suicidou o primeiro grande capitão e treinador do Sporting.”
“Ficaram famosas as suas alocuções no balneário, antes do início dos jogos, quando, muitas vezes com os olhos marejados de lágrimas, incitava os colegas a dignificarem o clube”
Não brinquem com Sporting Clube de Portugal.
Saudações Leoninas!